quarta-feira, 25 de abril de 2018

segunda-feira, 23 de abril de 2018

Ligação



Pareço-me comigo mesmo 
Sou aquilo que sigo buscando 
Fico! 
Em caminhos sem norte certo 
Espero! 
A morte me prometeu carona 
E eu continuo 
Na parada, em frente 
Ando!

E penso nas palavras 
Que me escapam aos dedos 
Torno! 
Torno a ficar 
Torno a espera

Torno a andar 
(A continuar...) 
Torno a pensar! 

E a ligação que vai chegar 
E o sentido que está quase lá 
Significando o que ainda não está 
A ligação que sigo a esperar 

Permaneço! 
Em tudo o que passa em mim 
O que fica, senão eu, de permanente 
Só sei e só vejo o que me parece assim 
Aos vinte anos e ainda adolescente... 

O meu destino é ser ou estar [?]

O Sol e a Lua


Foi dormir!
Exausta,
Mais um longo dia
Passou!

Ela foi ao colégio
Sorriu
Estudou
Se divertiu
E até trabalhou
(Talvez,
Até tenha pensado nele.
Se algum tempo lhe sobrou!)

Ele,
Em sua vida vazia
Acordou pra mais um dia,
Mas, era meia-noite!

Levantou,
Foi ler,
Assistir Netflix,
Vadiar pela casa,
Pensar na vida,

(Se é que dá pra chamar assim…)


Até que não foi ruim!
Pensou nela,
Na distância,
Nos horários…

Na solidão de sua cela
Ele pensou
Se perguntou se tinha importância
Se a vida era mesmo bela.
Divagou!

Se perguntou
Onde estaria ela?
Provavelmente dormindo.


Eram como o Sol e a Lua
Amantes distantes
Que seguiam existindo

Na ausência
Na distância
Na incoerência
Na ânsia…

De contato
De palavras
De um abraço
De um sorriso…

Sei lá!

Hélio e Febe sorrindo pro mundo
Distantes, porém, próximos
Parte de algo mais profundo
Talvez até…

Muitas divagações!
São só dois corações
Confusos, perdidos
Que se encontraram

Não foram vendidos
Não se entregaram
Ao cinismo!
Ou mesmo
Ao romantismo!

Vivendo a vida a esmo!
Pois, pr'um coração louco
Qualquer exagero é pouco
E a vida segue seu rumo!


No resto do dia
Me consumo!

Entre estudo e poesia
Me perco!

Nem sei pr’aonde devo ir
Não ligo se o mundo não concorda!

Exausto,
Vou dormir!

E ela acorda!

“Quem sabe faz ao vivo!”


E eu que não sei se sei de nada?
Que faço?
Espero?
Sonho?
" Descanso "?

Não sou feito de aço!
Não tenho um espírito manso!
Da vida mal sobra o bagaço
E na garganta seguro o ranço!

Não tenho cartas na manga
Nem por isso temo tentar
Só não sei de que adianta
Se nesse chão vou me estabacar

Quero amar, quero poder, quero sonhar…
Quero uma chance pra tentar!
Tentar sem dor, sem medo de errar
Quero esquecer, e também lembrar!


Não sei! Não sei! Não sei!

O que me falta falar?
O que me falta tentar?
O que me falta sonhar?
Não quero perder,
Mas não vim pra ganhar
Vim só dizer
Que gostaria de…

                              Tentar!

18


Nesta noite fria

Bem antes que amanheça
O relógio me advertia


" Menino, cresça! "
" Menino, cresça! "
" Menino, cresça! "
" Menino, cresça! "


Mas, crescer pra que?
Pra ficar cínico?
E infeliz?

Crescer pra ficar raso?
Casar e ter um caso?
Depois dizer que não quis!

(Ou, nem saber o que dizer…)

Crescer pra que?

Eu ainda lembro
Do calor de Dezembro
Daquela alma ardente…
Daquele jeito sorridente
Do gerânio em meio ao jardim!

Será que ela ainda pensa em mim?

Tento lembrar do seu rosto
Do seu cheiro, do seu gosto…
Mas, tudo virou fumaça!

Enquanto aqui o tempo passa
Nada disso importa mais
Devem ter sido mentiras
(Prefiro pensar assim!)

Deixo o vazio que há em mim
Agora, meu espírito vaga
E tenta se apegar
A qualquer lembrança boa
Quem sabe até encontrar
Talvez, uma nova pessoa…

Casos, acasos, ocasos…
Tudo pra fugir dos descasos
Da solidão…

Mas, é tudo em vão!
E em outra noite fria
Enquanto minh'alma está inerte
Antes que meu coração escureça
O relógio me adverte:

" Menino, cresça! "
" Menino, cresça! "
" Menino, cresça! "
" Menino, cresça! "

Nem o teatro acalenta o coração!

No palco,
Mais uma ilusão!
Um triste palhaço ri!
Na plateia,
Mais uma bela sorri!
Deve ser tudo em vão!

Retiro-me dos meios
Começo a buscar o fim
Ignoro outros anseios…
Talvez a vida seja assim!

Porém,
Numa bela mañana
Surge alguém
Que, pelo menos, não é vegana!
E que, até agora, só me fez bem!

Acho que estou feliz
Se assim posso dizer…
Acho que tenho o que quis
Mas, ainda há muito a se fazer!

Acho que vivo num sonho
Dengoso, mas, não palpável!
Inefável!

Sei lá!

Só sei que estou
Em algum lugar!
Hoje estou mais perto
De onde quero chegar!

Mas, o futuro hoje é incerto!
E pra que o meu espírito esmoreça
O relógio vem me avisar:

" Menino, cresça! "
" Menino, cresça! "
" Menino, cresça! "
" Menino, cresça! "